domingo, junho 04, 2006
E agora num post mais terra-a-terra, sim, estou aqui, no fim do Mundo. A fingir que alguns de vocês estão curiosos e querem saber mais sobre esta experiência. Que posso eu dizer sobre Londres? É grande, com muita gente, limpa, organizada, bonita, mas sem aquele charme que Lisboa tem, agitada mas com regras.
Uma coisa que notei foi que, ao contrário de Lisboa, que não dorme, Londres dorme. Ou seja, de noite a cidade fica num semi-coma. Ha silêncio e escuridão e não aquele dormitar acordado que Lisboa tem.
E como assim de repente, ao reler estas palavras, achei que estava a escrever como uma gaja de um blog que eu detesto, mas que visito regularmente, vou-me calar. Amanhã escrevo mais, quando me tive passado a arrogância lusa de quem conhece mais de que uma cidade.
Uma coisa que notei foi que, ao contrário de Lisboa, que não dorme, Londres dorme. Ou seja, de noite a cidade fica num semi-coma. Ha silêncio e escuridão e não aquele dormitar acordado que Lisboa tem.
E como assim de repente, ao reler estas palavras, achei que estava a escrever como uma gaja de um blog que eu detesto, mas que visito regularmente, vou-me calar. Amanhã escrevo mais, quando me tive passado a arrogância lusa de quem conhece mais de que uma cidade.
Acordes
Recordo sempre aquelas tuas palavras, tão distantes agora, socorro-me sempre com a tua imagem quando quero escrever alguma coisa que me toque um pouco, que me agarre com um pouco mais de violência, muito mais do que a dos teus braços, que foi sempre tão suave.
Já me pediram, já me pediste, que escrevesse, mas não consigo. Não trouxe comigo as letras, não trouxe a fonética, deixei a gramática no armário. E este chão nem os acentos me dá, que ironia tão literal. Não consigo dizer esta falta que tudo me faz, o calor de Junho na pele, o cheiro do mar que começa a nascer nos cantos da minha cabeça, o sorriso do sol que se arrasta na minha pele e que me faz brilhar os olhos. O amanhecer, entre o calor e o frio, os pijamas arrumados no armário definitivamente, as t-shirts velhas, andar nua, nua pela casa, nua de lágrimas que deixo guardadas com o fim de Março, só para as ir buscar em Novembro, que o tempo passa tão depressa, tão depressa. O entardecer com tantos sons que me fazem querer ficar ali naquele momento para sempre, sem pensar, sem pensar mais, sem querer mais nada, nem os teus braços quero, só quero o mês de Junho, morno, não quente como Julho, não tépido como Setembro nem taciturno como Agosto, só quero o calor morno de Junho que me abraça, ainda melhor que os braços que normalmente me rodeiam. Troquei-te por um mês de Junho, morno, porque os teus braços estavam longe, por um mês de Julho quente, porque os teus braços estavam frios, por um Agosto eterno e tácito, porque já te tinhas ido e nem me dei conta.
Porque é que escrevo sempre ao som desta música?
Porque é que posso estar meses, anos sem uma única porta aberta, e quando oiço dois acordes desta música parece que uma torrente de letras escorre pelos meus dedos, pelas minhas mão, pela minha cabeça. São tantas que nunca vou conseguir marcá-las toda a tinta. Aquelas que estão marcadas a sangue ficam só entre o papel e os meus olhos, não sou capaz de as apagar tão pouco.
Nunca fiz elegias a meses que me fazem feliz, mas Junho é definitivamente um deles.
Já me pediram, já me pediste, que escrevesse, mas não consigo. Não trouxe comigo as letras, não trouxe a fonética, deixei a gramática no armário. E este chão nem os acentos me dá, que ironia tão literal. Não consigo dizer esta falta que tudo me faz, o calor de Junho na pele, o cheiro do mar que começa a nascer nos cantos da minha cabeça, o sorriso do sol que se arrasta na minha pele e que me faz brilhar os olhos. O amanhecer, entre o calor e o frio, os pijamas arrumados no armário definitivamente, as t-shirts velhas, andar nua, nua pela casa, nua de lágrimas que deixo guardadas com o fim de Março, só para as ir buscar em Novembro, que o tempo passa tão depressa, tão depressa. O entardecer com tantos sons que me fazem querer ficar ali naquele momento para sempre, sem pensar, sem pensar mais, sem querer mais nada, nem os teus braços quero, só quero o mês de Junho, morno, não quente como Julho, não tépido como Setembro nem taciturno como Agosto, só quero o calor morno de Junho que me abraça, ainda melhor que os braços que normalmente me rodeiam. Troquei-te por um mês de Junho, morno, porque os teus braços estavam longe, por um mês de Julho quente, porque os teus braços estavam frios, por um Agosto eterno e tácito, porque já te tinhas ido e nem me dei conta.
Porque é que escrevo sempre ao som desta música?
Porque é que posso estar meses, anos sem uma única porta aberta, e quando oiço dois acordes desta música parece que uma torrente de letras escorre pelos meus dedos, pelas minhas mão, pela minha cabeça. São tantas que nunca vou conseguir marcá-las toda a tinta. Aquelas que estão marcadas a sangue ficam só entre o papel e os meus olhos, não sou capaz de as apagar tão pouco.
Nunca fiz elegias a meses que me fazem feliz, mas Junho é definitivamente um deles.
London
E a minha pergunta para vós, meus senhores, é: onde está o Harry Potter?
Ninguém me deixa concentrar, sequer, como é que querem que escreva um texto de jeito? Não me apetece dizer que a culpa é minha, portanto é vossa. O Sr do Gabinete não está. Ou melhor, está, mas muito ocupado.
Ninguém me deixa concentrar, sequer, como é que querem que escreva um texto de jeito? Não me apetece dizer que a culpa é minha, portanto é vossa. O Sr do Gabinete não está. Ou melhor, está, mas muito ocupado.
